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As tecnologias que levam à descarbonização e suposto direcionamento

No dia 24 de julho, chegou-se a um acordo sobre o documento final concernente a energia e clima, pelo G20, “Meio Ambiente”, organizado em Nápoles. O ponto que mais exigiu atenção e negociações foi o da descarbonização. Aplausos foram levantados por todas as delegações, presentes no Palácio Real, para celebrar o acordo alcançado.

Em um relatório de outubro de 2020, a IEA, International Energy Agency (Agência Internacional de Energia) descreveu novas tecnologias destinadas a aumentar o impacto das fontes limpas no contexto energético contemporâneo.

Uma primeira inovação advém da disponibilidade de redes de transmissão e distribuição de eletricidade resistentes e resilientes, capazes de garantir, graças às tecnologias inovadoras disponíveis e aos sensores IoT (Internet of Things) a correspondência ideal entre oferta e procura, entre geração e consumo.

No campo industrial, os sensores IoT são usados, principalmente, para instrumentar máquinas e detectar parâmetros de trabalho em tempo real. Por exemplo, estes sensores medem peso, tensão, pressão, volume, vibração, temperatura, umidade, movimento de pessoas, fluxos, capacidades etc. Bem como, no dia a dia, encontram o próprio espaço nas residências e edifícios, nomeadamente na vigilância de ambientes. Por exemplo, medem: consumo de água, temperatura, qualidade do ar, acesso, consumo de energia etc.

A necessidade de empresas, governos e concessionárias trocarem, na matriz energética, gerada pelas fontes fósseis, por renováveis, no contexto de uma ciclicidade imprevisível da disponibilidade de fontes para geração de energia, impõe, então, a necessidade de desenvolver tecnologias de armazenamento que atendam às necessidades dos sistemas. Isso evita dispersões excessivas, prejudiciais, entre os momentos de pico de demanda e de oferta de energia.

Hoje, as tecnologias mais difundidas, segundo o Energy Journal, revista publicada pela CESI (empresa italiana líder mundial em testes e consultoria de energia), são baseadas em baterias eletroquímicas, que nos últimos anos têm sido objeto de inúmeras inovações em termos de melhoria de desempenho, permitindo, ao mesmo tempo, a construção de usinas, com capacidade de acúmulo energético, cada vez maior: um exemplo, certamente, é dado pela australiana CEP Energy, de New South Wales, que pretende construir a maior usina de armazenamento do mundo, com capacidade total, de 1,2 GW.

Outra empresa australiana, a Lavo, está desenvolvendo sistemas de armazenamento à base de hidrogênio verde, ou seja, obtido de fontes renováveis de energia. Separado da água por eletrólise, pode ser utilizado nos chamados setores “hard-to-abate”, difícil de abater, como as indústrias siderúrgica e química. O hidrogênio, como fator de descarbonização, é agora fortemente valorizado nas estratégias energéticas nacionais de vários países. A União Europeia propôs, igualmente, uma estratégia para aumentar a utilização do hidrogênio, no Velho Continente.

Por último, novos campos de aplicação da descarbonização dizem respeito ao setor dos transportes, graças à mobilidade sustentável. Um relatório do Ispra (Istituto Superiore per la Protezione e la Ricerca Ambientale), na Itália, em 2019, denunciou que os transportes foram responsáveis por 23,4% das emissões totais de gases com efeito estufa, com um aumento de 3,9% em relação a 1990. Em particular, o consumo de óleo diesel e de gasolina representou cerca de 88% do consumo total do transporte rodoviário.

A descarbonização dos sistemas de transporte pode desempenhar um papel fundamental na redução do peso da poluição dos meios de transporte. O Centro Comum de Pesquisa em Ispra, na Itália, é o terceiro maior centro da Comissão Europeia depois de Bruxelas e Luxemburgo. Estabelecido, em 1960, como um centro de pesquisa nuclear, hoje é considerado um dos principais campos de pesquisa da Europa, com muitos laboratórios e infraestruturas de pesquisa únicas.

O verdadeiro desafio, para facilitar a difusão global dos veículos elétricos, é o desenvolvimento de uma rede de infraestruturas de carregamento capilar adequada às necessidades do cliente e da rede elétrica. A tecnologia pode ajudar a aumentar a interação, entre a rede em questão, e os veículos individuais através do desenvolvimento de tecnologias de Carregamento Inteligente, ou seja, a possibilidade de otimizar a energia retirada e injetada, de acordo com as necessidades do cliente e da rede elétrica.

Estas tecnologias são testadas e desenvolvidas em laboratórios, de forma a ajudar a avaliar a maturidade e sustentabilidade da inovação, verdadeiro motor de uma descarbonização estruturada. Um objetivo a ser cultivado com paciência, mas longe de ser utópico, graças às novas fronteiras abertas pela inovação contínua e pelas suas aplicações no mercado.

Edoardo Pacelli é jornalista, ex-diretor de pesquisa do CNR (Itália) e editor da revista Italiamiga.

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